História

Podiam ser poucos, e nem cantar o mais alto que já se viu. Mas cantaram. E fundaram o Comuna Que Pariu!

De historiadores da alegria a assistentes sociais da resistência, passando por defensores da folia e edificadores da malandragem, tinham o orgulho de levantar a bandeira vermelha com a foice e o martelo justo no meio da festa do Momo. Essa Juventude, anti-monarquista pois Comunista, desde o princípio soube que o inimigo não era aquele rei títere a quem o prefeito entrega a chave da cidade durante os quatro dias de carnaval. O verdadeiro alvo é o capital.

Faz cinco anos que nossa gente põe o bloco na rua sem pedir licença nem alvará. Sem vergonha de defender e exaltar a galhardia das lutas pelo petróleo nacionalizado (2010), do Movimento dos Sem-Terra (2011), da resistência às remoções para os megaeventos internacionais (2012), além da homenagem ao mais importante arquiteto da história, o camarada Oscar (2013).

Nos marcos do XV Congresso do Partido Comunista Brasileiro (2013-2014), o Comuna reafirma-se como trincheira cultural na luta contra o bloco histórico capitalista, avançando em sua definição como um Bloco Revolucionário do Proletariado, ou seja, instrumento de ação e transformação das formas de consciência apontando a superação do capitalismo para a construção da sociedade socialista no rumo do comunismo.




Enredo 2014

Este ano, somos a bola da vez. A Copa do Mundo volta ao país do futebol. A pátria, de chuteiras, terá mais uma vez os olhos vendados pela telinha da TV, com a típica narração ufanística e as câmeras exclusivas. Só assim o povo, o povo mesmo, o trabalhador, irá assistir ao espetáculo. No estádio que virou arena, não cabem mais bandeiras. Sentado em sua cadeira retrátil e sem xingar o juiz, só quem tiver orçamento "padrão-fifa" para pagar o ingresso.

Infelizmente, não se trata de nenhuma novidade. Desde os tempos mais primórdios, o capitalismo está aí a introduzir a mercantilização no mundo do futebol. Dos jogadores proletarizados, perdão, reconhecidamente "profissionalizados" ainda na década de 1930, aos clubes tornados empresa no fim do século XX, chega-se à ultima fronteira: a torcida. Justo esta, que nas arquibancadas e gerais representa o peso e a medida da popularização desse modo de vida chamado futebol.

Não ficamos calados diante da elitização dos estádios e da corrupção nas suas obras. O mundial será só em junho de 2014, mas a Copa das Manifestações já começou e não tem final marcada. Por isto, o Bloco de Embalo do Partido Comunista Brasileiro na cidade do Rio de Janeiro apresenta o seu enredo para o próximo ano:

O COMUNA CANTA AO BRASIL:
A REVOLUÇÃO FOI A COPA QUE PARIU!

Vamos fazer do carnaval mais um marco nessa jornada de mobilizações que tem demonstrado tantos limites, mas também tantas possibilidades. Não temos nada a perder se a Fifa não fizer aqui sua "feira", com a qual garante milhões em polpudas comissões para seus cartolas gastarem à vontade nos quatro anos entre uma edição e outra; se não houver Copa, eles é que não terão a chance de celebrar o maior evento do mundo no lugar em que o mundo todo pensa quando se fala em futebol.

Sabem disso, e é isso que temem. Tremem diante do povo, unido para torcer, unido para festejar. O único que pode fazer o carnaval não acabar, bem como uma copa legitimamente popular.

Torcedorxs de todos os times, uni-vos!